sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quebra, ordinária!

A partir de 2011 o parlamento baiano tem tudo para ser menos burocrático, enfadonho e sem graça. Em tempos de relíquias e exumações, o eleitor baiano percebeu que nossa cota para as múmias está muito bem preenchida no Senado e, por isso, pretende mudar o cenário político do estado. A variação assusta àqueles embolorados deputados, que entendem que suas moções e indicações esdrúxulas são grandes serviços prestados à comunidade. Em meio ao cheiro de naftalina, surge 'Cumpadre Washington', o sexto personagem da série “Nossos candidatos à Assembleia Legislativa”.

Horas de cama com personalidades e aparições constantes nos programas popularescos são excelentes requisitos para pleitear uma vaga na política baiana, mas não os únicos. Ser tosco é, sem dúvida, outro importante catalisador neste processo de ascensão política. A candidatura de 'Cumpadre Washington' é a prova disso. Com sua bizarrice elevada à enésima potência, o polêmico cantor acusado de esbofetear loiras e morenas já era dado como morto quando, inspirado por Irmã Dulce, resolveu reaparecer e disputar uma cadeira na Assembleia. Para isso vale tudo, até fazer as pazes com Beto Jamaica e reativar o finado grupo É o Tchan.

Mas nada é fácil. Em outubro, Washington pode encarar outra conhecida cantora do público baiano, que pretende entrar na briga para escrever mais moções no site da Assembleia. Filiada ao PSB, a cantora Sarajane a priori é uma concorrente, mas pode se tornar aliada do ‘cumpadi’ na luta pela moralidade da casa. A vitória deles depende dos milhares de baianos, principalmente daqueles acostumados a jogar o voto na latrina.

Os renomados cantores estão perto de ter suas contas pagas por nós. Em troca, nenhum serviço será prestado à sociedade. Vidência? Claro que não. Ou dá para acreditar que alguém que se tornou conhecido por cantar “olha o quibe” e gritar “tchu tchu tchu tchu tchu pááá” fiscalize contas do executivo ou presida alguma comissão? O mesmo serve para a loira que em sua mais conhecida obra introduziu frases enigmáticas e dotadas de um saber machadiano como “vamos abrir a roda, enlarguecer” ou “tá ficando apertadinha, por favor”.

Como nesta terra há precedente para qualquer absurdo, não se espante se ao assistir a TV Assembleia em 2011 você se deparar com deputados distribuindo peixes no plenário ou propondo títulos de cidadania para qualquer ser oriundo do mais inóspito pedaço do planeta. Se isso acontecer, nem pense em desligar a televisão. Aguarde alguns minutos que certamente você vai ver uma divertida dinâmica de grupo com situação e oposição unidas no abre e fecha da rodinha. Mas nem se preocupe com isso. Quatro anos passam rápido!

3 comentários:

Joy disse...

E quando a gente pensa que não pode piorar...

Unknown disse...

Sempre pode piorar...Ô Deus!!!

Minêu disse...

Assembléia é, como o próprio cumpadi Washington diz, ordináaaaria!